Cenário positivo para locação de imóveis depende dos governos

O cenário positivo para alugar imóveis no Brasil, que registrou nos últimos anos aumentos na oferta, depende da continuidade das ações macroeconômicas do governo e do bom senso das prefeituras nos reajustes de IPTU. Essas foram algumas das conclusões dos participantes do encontro da Rede Avançada de Locação (RAL), que reúne 15 das maiores imobiliárias do País, de diferentes capitais, para debater os rumos do setor. O grupo está reunido em Florianópolis.

“Se você tem um aumento desproporcional de IPTU, isso dificulta o processo de locação. Em Florianópolis, já percebemos os reflexos da notícia do aumento do IPTU proposto pelo Município. Há imóveis em que o imposto subiu de R$ 2 mil para R$ 7 mil”, diz Leandro Ibagy, empresário em Florianópolis.

“A carga tributária já é grande nos alugueis. O locatário tem um limite. Se um IPTU aumenta abruptamente, num primeiro momento o locatário paga, apesar da dificuldade. Mas num segundo momento vai procurar outro aluguel”, explica José Roberto Toledo, empresário do setor em São Paulo.

O mercado de locação de imóveis em São Paulo segue crescimento semelhante a Florianópolis: na capital paulista o aumento foi de 30% nos últimos dois anos. Em Florianópolis, foram 50% nos últimos três anos. Duas razões principais são apontadas pelos empresários: a alta na produção, por parte das construtoras, e a reforma na Lei do Inquilinato, em 2010, que deu mais segurança jurídica aos investidores por agilizar os processos de despejo, tornando o mercado mais atrativo. “Essa evolução na oferta de imóveis para locação é praticamente nacional, com exceção do Rio de Janeiro, que tem crescido pouco”, diz Ibagy. “O mercado tem capacidade de expansão. Tudo depende da situação econômica do País. O governo precisa equacionar os juros, a balança comercial”, completa Toledo.

Crescimento sustentável

Na avaliação das imobiliárias, o aumento da oferta não significa risco de bolha imobiliária porque trata-se de um crescimento sustentável. Um desses pilares é o baixo percentual de crédito imobiliário em relação ao PIB, menor que 8%. “Nos países que sofreram com bolha, esse índice chegava a 80% e até 115%. Quando, repentinamente, não puderam mais pagar os financiamentos, houve um efeito cascata”, explica Ibagy. Toledo complementa dizendo que não há perspectivas de desemprego massivo, que gere um calote generalizado nos alugueis. “Uma bolha consiste numa supervalorização que não se sustenta e que, ao primeiro gemido da economia, despenca. Não é o caso do Brasil”, diz o empresário paulistano. De Curitiba, o empresário Luiz Valdir Nardelli concorda: “Não passaremos por uma bolha; as construtoras já atingiram o pico de produção e já tiraram o pé do acelerador. Agora, cada cidade busca seu equilíbrio”. Segundo ele, a capital paranaense tem hoje 8,3 mil imóveis disponíveis à locação. Há três anos, eram 3,2 mil, porém nos últimos quatro meses esse crescimento diminui.

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